sexta-feira, 13 de junho de 2008

Silêncio



"Onde não se pode mais encontrar um coração

Me provoca o teu despreso com um pouco de atenção.

A mentira que te cerca é mais normal do que se crer
Entre a sua liberdade e meu direito de viver
*
E não confundir

Ódio com diversão, medo com paz!
E não confundir ódio com diversão

Afinal não estamos sós!"


Jovens sem nenhuma utopia
Caminham tensos pelas ruas de suas casas velhas
Sem nenhuma luz, sem nenhuma luz de Fernando Pessoa
Fechados nas sexuais telas da impotência
Se masturbam contemplando corpos em decomposição!
Morte da minha fé,
Onde estavam o beija-flor e o arco-íris
Na hora do nascimento dessas criaturas
Quantas gotas de flor restam nos corredores dos céus
De vossas bocas.
Quais fontes clamam por vossos nomes?
Eu entrando na virtuosa idade
E eles entrando em idade nenhuma.
Os filhos da morte burra
Cheiram o branco pó da anemia
Esqueceram que um dia tocaram na poesia da
Transgreção em pleno ventre de suas esquecidas mães
Esqueceram de colar o ouvido ao chão
Para ouvir as ternas batidas do coração das borboletas.
Os flihos da morte burra
Jamais levantam uma folha para conhecer o amor dos insetos
Jamais erguem taças ao luar para brindar a
Vigorosa lua, os filhos da morte burra,
Desconhecem ou jamais ouviram falar em iluminação
Apenas abrem a boca para vomitar

Post inspirado no caso sobre o rapaz espancado em Sorocaba
O silêncio é tudo que eu tenho pra dizer quando vejo coisas como essa.

Um comentário:

sblogonoff café disse...

Eu não tinha visto ainda.
***
Parece que todo mundo
anda fora de si
Nem mesmo o meu si maior
engrandece a melodia
Nossos atos desafinados
fotografados à luz do dia
mostram-se imagens queimadas
O tempo passa num flash
A mão que mata é a mesma mão que dá o pão
Difícil pensar na vida
retalhando nossa condição
que era pra sermos irmãos...
Que era pra sermos irmãos...
Que era pra ser sem sermão
Que não era para ser tão dolorido
Que não é pra parecer tão divertido
o que na verdade é pura perversão.

Que Deus nos ampare.
Assim seja.